Lembro que no ano passado, em um congresso, assisti à Kristin Neff — uma das principais referências em terapia da compaixão. Ela falava sobre como é mais fácil termos empatia pelo outro do que por nós mesmos.
Isso porque, conosco, estamos mais propensos a entrar em estratégias defensivas. Já com o outro, sentimos mais vontade de acolher a pessoa que nos traz seu sofrimento.
Percebe como geralmente é assim? Quando falhamos ou fazemos algo que nos envergonha, é comum nos punirmos, nos culparmos ou falarmos coisas horríveis para nós. Mas, se fosse outra pessoa nos contando a mesma situação, provavelmente ofereceríamos acolhimento em vez de crítica.
A compaixão, pelo senso comum, parece algo “fofinho”. Mas não é. Compaixão é fazer o que é necessário: às vezes acolher, às vezes ter uma postura firme e dizer o que precisa ser dito.
Então, se a história do outro desperta sua empatia, por que a sua também não?