A teoria do apego, desenvolvida por John Bowlby (1907–1990) se tornou relevante desde a década de 50, quando se estudou a formação dos primeiros laços afetivos nos primeiros anos de vida. A premissa conceitual de que o indivíduo necessita de uma vinculação segura para se constituir e desenvolver no mundo de forma saudável é necessário para compreensão de que as primeiras interações são fundamentais para escolhas de futuras relações sociais do indivíduo. Essas marcas que se registram nas experiências de vida influenciam os diferentes padrões de vínculos do indivíduo na vida adulta. Então, para o indivíduo que está se constituindo no mundo, ter uma formação familiar com uma base segura torna-o confiante para se desenvolver e adquirir novas experiências. O pensamento oriundo da Teoria do Apego é direcionado pela qualidade da interação entre a criança e o cuidador primário (BECKER; VIEIRA E CREPALDI, 2019). Então, são nas primeiras experiências de convívio com a mãe ou o substituto de referência que a criança estabelece confiança e sente segura para se apropriar, descobrir e explorar o novo ambiente que o cerca. Esses vínculos primordiais estabelecidos são constitutivos para uma adequada relação individual e social.
Por mais que a Teoria do Apego tenha referencial de base psicanalítica, a Teoria Sistêmica utiliza desse estudo para compreensão dos diferentes tipos de apego e suas possíveis interferências no contexto relacional entre os pares. Durante sua pesquisa, Bowlby teve colaboração fundamental de Mary Ainsworth na construção sobre padrões de apego (CASTILHO, 2001).
Enquanto ser humano, necessitamos dessa interação social para desenvolvimento e inicialmente essa base acontece no âmbito familiar em que se estabelecem trocas de afeto, educação e comunicação.
Os diferentes estilos de apego são desenvolvidos logo nas primeiras relações da infância e que essa tendência a vinculação seja inata devido à dependência do outro para sobrevivência e perpetuação da espécie (BOWLBY, 1982). A relação da dependência de cuidado para o outro nos anos iniciais são fundamentais para sobrevivência, mas não é somente de cuidados básicos que o indivíduo necessita. O afeto se torna fundamental para compreensão da espécie humana.
Referências:
BECKER, Ana Paula Sesti; VIEIRA, Mauro Luis; CREPALDI, Maria Aparecida. Apego e parentalidade sob o enfoque transcultural: uma revisão da literatura. Psicogente, 22(42); 1-25. Julio-Diciembre, 2019. Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, Brasil
BOWLBY, Jhon. Formação e Rompimento dos Laços Afetivos. São Paulo: Martins Fontes, 1982
CASTILHO, Tai. Temas em Terapia Familiar. São Paulo: Summus, 2001.