Família é uma rede de indivíduos unidos por laços sanguíneos ou afetivos que compõem uma história duradoura prosperando o futuro. Essa trajetória torna as gerações unidas por comportamentos que se perpetuam ao longo dos anos como uma herança. Essa unidade operacional persiste do nascimento à morte (CARTER; McGOLDRICK, 1995). A força que a família transmite nessa relação é tão forte que seus membros acreditam na ligação um com o outro de tal forma que seu funcionamento afeta automaticamente os demais. (PAPERO, 1998).
A família nunca está isolada, mas numa complexidade social, econômica e política. A diversidade que a família compõe se deve a sua organização limitada que cresce com casamento, nascimento de filhos ou adoção e diminui com a morte de algum membro. Para elaboração desses acontecimentos, entender os estresses herdados entre as passagens dos ciclos vitais ou eventos inesperados ao longo das gerações é relevante para compreensão da história de cada sistema familiar.
O estresse familiar, no geral, é maior nos pontos de transição de um estágio para outro do processo do ciclo vital, e os sintomas são mais propensos a aparecer quando há uma interrupção ou mudança desenvolvimental nesse processo (CARTER; MCGOLDRICK, 1995). Pensar em família é definir os ciclos de vida que ao longo das gerações sofreram mudanças naturais que corresponde ao processo de individuação e socialização. A família passa por ciclos que se apresentam com características próprias, que dependendo dos estressores inesperados ou não exigem determinado tipo de enfrentamento. Sobre os estudos do ciclo vital familiar, apresentam-se brevemente em seis fases: (1) saindo de casa, (2) o novo casal, (3) família com filhos pequenos, (4) famílias com filhos adolescentes, (5) lançando os filhos e seguindo em frente, (6) famílias no estágio tardio da vida. O presente artigo focou nos estágios (1) e (2) conforme representação das autoras (CARTER; MCGOLDRICK, 1995). As mudanças na organização e estrutura familiar ao longo dos anos foram constantes no que se refere aos papeis e modelo de gênero nas relações familiares. A estrutura familiar é um organizador invisível de condições funcionais pelas quais os membros da família interagem (MINUCHIN, 1982). A cada nova geração, as mudanças vão se revelando e novos conceitos de modelos vão se formando. Para Carter e McGoldrick (1995, p.08) “o ciclo de vida individual acontece no ciclo de vida familiar.” Então, compreender os modelos familiares é fundamental para o processo de individuação e compreensão de si que se intensifica na fase do “jovem adulto”.
Referências:
CARTNER, Betty; MCGOLDRICK, Monica. As mudanças no ciclo de vida familiar. Uma estrutura para a terapia familiar. Porto Alegre: Artmed, 1995.
MlNUCHIN, Salvador. Famílias: Funcionamento & Tratamento. Porto Alegre: Artes Médicas, 1982.
PAPERO, Daniel V. A teoria sobre os sistemas familiares de Bowen. Panorama das terapias familiares. São Paulo: Summus, 1998.
